quarta-feira, 6 de outubro de 2010

cousin

Querida B,
Nossa passagem pela vida é pequena demais para vivermos sós. Por isso gosto de cultivar amizades, de plantar confiança nas pessoas, colher afeto, companheirismo. Mas nenhuma amizade é maior do que aquela criada em casa, desde o nascimento, a família. No meu caso, em especial, um primo. Ele aparece em minha mais remota lembrança. Aparece sorrindo, um sorriso encantador. Costumava ser do meu tamanho, mas eu cresci demais. Agora ele é baixinho, meu baixinho. Muitas vezes foi o sorriso dele que me alegrou. Sua companhia me tirava o medo do escuro nas noites chuvosas. Seu abraço pequeno e extremamente aconchegante, me acolheu quando precisei. Eu o amo em cada parte. Amo quando ele joga o cabelo para o lado de forma irritante. Amo nossas conversas. Amo seu genio forte e a opinião inflexível. E até aguento ele me chamar de lerda ou imitar uma falsa moda de me chamar de Júlia Ana, nem ligo porque o amo. E sei que o nosso laço familiar, a nossa infância juntos e esse grande amor superam qualquer tipo de amizade superficial.

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