segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

men


Querida B,
Barba crescendo, cabelos atrapalhados, pelos, músicas, mulheres, sexo, cerveja, sexo, amigos, corpos, copos, beijos. Como falar de homens? Almas, corpos, danças, festas, baralho, namoros, corações partidos, futebol. Vamos falar deles. Mas como? Como descrever um ser tão inconstantemente previsível? O que pensar sobre algo tão indefinido? Sabemos que homens gostam de esportes, que tendem a ser mais fortes que as mulheres e que parecem chorar menos. De acordo com um pesquisa de uma revista adolescente, 45% de 310 meninos do Brasil acham que meninas de cabelos compridos chamam muita atenção, 29% prestam mais atenção em meninas que usam decotes e saias, 25% não se interessariam por uma menina que use sempre calça larga e tênis e muitos deles desistiriam de uma ficada se a garota estivesse de gloss. E, nesse momento, devem haver zilhões de meninas deixando o cabelo crescer e colocando apliques para atrair seus garotos, comprando saias e blusas com decotes e tirando o gloss da boca para sair. Mas e se o garoto delas for a excessão? Se ele gostar de calça jeans e camiseta, ou preferir se lambusar de gloss no meio de um beijo com uma menina super arrumada? E se ele fizer parte da regra e amar cabelos compridos? Sinceramente, os homens estão bem longe de serem decifrados. E perderiam a graça se o fossem. A diversão está nisso, em como são divertidamente insuportáveis. Eles, com seus motivos estranhos, com suas vontades estranhas, seus desejos carnais. Eles, com suas mulheres, com seus amigos, suas bebidas, fantasias sexuais, idealizações de um domingo de sol. Eles com sua paciência ou falta dela, com seus pelos ou até com seus homens. Eles, tentando entender como funciona alguém que sangra todo mês. E enquanto eles tentam nos decifrar, continuaremos , eu espero, com a eterna questão: Afinal, o que querem os homens?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

juste moi

Sou muito indecisa, libriana, não escolho rápido. Gosto de perfumes fortes, de temperos fortes, de pimenta. Gosto de lugares altos, gosto de sonhos altos, gosto de todos até que me façam mudar de idéia. Me importo com o que os outros pensam e, mais ainda, com o que eu penso. Mudo de opinião muito fácil, me apaixono fácil e esqueço mais fácil ainda. Perdoo sempre. Aprendi que palavrão não é coisa para mulher, talvez só em outra língua e, se possível, fazendo parte de um poema. Acredito que pode-se evitar uma briga, mas fazer inimizades é inevitável. Imagino que ser santo não é fácil, nem bom. Saio calada muitas vezes, perdi a conta de quantos desaforos já levei pra casa. Qualidade ou defeito, tem coisas que, para mim, não valem uma discussão. Leio sempre. Leio para me inspirar, para me divertir, leio só por ler. Amo ler. Também amo escrever. Já tive vários diários, mas nunca consegui escrever nem a metade do que sentia. Talvez agora seja o mais perto que já estive de descrever algo em palavras. Considero a escrita um ato intimo, e mais ainda um ato incrível. Sei que caneta e papel podem causar bem mais dor do que tiros de metralhadora. Atualmente tenho explorado partes desconhecidas do mundo, ou do meu mundo se melhor couber. Achei coisas que só o tempo poderá dizer se são reais.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

do you ever feel like a plastic bag?

Querida B,
O mundo está em perfeita harmonia. O ano acaba de começar. Tudo está novo, diferente. Todos querem renovar, todos querem melhorar, se sentir melhor, e eu me sinto diferente. Já se sentiu como uma sacola de plástico? Já se sentiu como um castelo de cartas, a um sopro de desmoronar? Não queira se sentir assim. De repente parece que tudo desaba. A poucos segundos era tudo perfeito, e agora você se parece com um objeto sem sentido na decoração de um quarto abandonado. É realmente como estar vazia. O mundo gira, o sol sai, mas é como se a chuva caísse apenas sobre você. Seus planos começam a dar errado, você não faz o que quer, não fala o que quer nem escuta o que quer. E mesmo assim continua a sorrir. As mascaras vão caindo, você descobre quem é quem. Fica vazia. E por mais que você tente sair, cada vez mais se aproxima da sua cova em vida, ou seja lá o que for temido. É como se tirassem sua essência, o principal para te manter vivo, e te colocassem um chip no automático. Você anda, come fala, vê, mas não sente. E continua a sorrir. Tudo bem que não é a melhor parte da sua vida, ou que não dá pra ser exatamente feliz agora, mas vai passar. Afinal, é só uma fase, sempre passa. E por mais que tudo pareça errado, vale lembrar que existir é um grande motivo para sorrir. E basta.